Neuromodulação é a nova promessa de tratamento para dor crônica

Neuromodulação é a nova promessa de tratamento para dor crônica
Neuromodulação é a nova promessa de tratamento para dor crônica

"Devemos alertar para novas modalidades de tratamento, já que milhões de brasileiros sofrem com a dor crônica", ressalta o fisioterapeuta, Denis Graciotto.

Pelo menos uma em cada três pessoas deverá sofrer de algum tipo de dor crônica ao longo da vida. Ela tem como origem uma disfunção do sistema nervoso central chamado de sensibilização central.

Por mecanismos genéticos, algumas pessoas continuam registrando a dor a nível cerebral , apesar do foco inicial não existir. Entre 40% e 50% dos pacientes que não obtiveram resultados com tratamentos convencionais, podem se beneficiar da neuromodulação para minimizar ou eliminar a dor .

Podemos usar como exemplo pessoas com dor na coluna cervical, torácica e lombar, que já tenham passado por cirurgia sem conseguir eliminar a dor; pacientes com metástase óssea de câncer; pessoas com dor crônica resultante de derrame, trauma cerebral ou medular e até de traumas ortopédicos comuns são as candidatas mais frequentes ao uso de neuromodulação.

Neuromodulação significa a capacidade do sistema nervoso tem de se modificar em resposta a estímulos externos. Atualmente, este termo tem sido usado referente a recursos que envolvem estimulação elétrica, magnética ou administração de medicações aplicadas diretamente em estruturas do sistema nervoso com objetivo terapêutico.

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), por meio da Resolução nº 434/2013, reconhece duas técnicas de neuromodulação não-invasiva como recursos terapêuticos próprio do fisioterapeuta: a estimulação transcraniana por corrente contínua e a estimulação magnética transcraniana.

estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) consiste em uma técnica que, por meio da aplicação de uma corrente contínua de baixa intensidade sobre o crânio, é capaz de modular a atividade cerebral e interferir no desempenho de diferentes funções do sistema nervoso central.

Já a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) utiliza os princípios da indução eletromagnética para produzir correntes iônicas focais no tecido neural e interferir em funções do sistema nervoso central.

Para cada paciente, o especialista indica a técnica de neuromodulação mais adequada; ajusta a frequência de estimulação; define o local exato de aplicação; estipula a quantidade de sessões, etc. É um tratamento totalmente individualizado .

Com a neuromodulação, os pacientes conseguem diminuir ou deixar de utilizar medicamentos, diminuir a intensidade das dores e melhorar a qualidade de vida.

Uma das maiores vantagens dessa terapia é que ela permite testes e ajustes sem nenhum risco de lesão, e também é totalmente reversível, permitindo que o tratamento seja interrompido com a remoção do dispositivo de estimulação.

Como são as sessões?

As sessões devem acontecer diariamente e são necessárias, geralmente, de 15 a 20 sessões, mas isto depende da patologia e de uma avaliação prévia. O tratamento é realizado no próprio consultório e sem necessidade de internação ou anestesia.

Saiba mais

Em 2014, um grupo de especialistas europeus formaram uma comissão científica para avaliar a eficácia da EMTr em diferentes patologias. Concluíram que a estimulação tem eficácia definida no tratamento da dor crônica. O estudo foi publicado na revista internacional Clinical Neurophysiology .

Em 2017, o departamento de Anestesia do Hospital da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicou um novo estudo de meta-análise, concluindo que a EMTr melhora a eficácia do tratamento convencional da dor crônica e não é associado a nenhum efeito adverso.

Conheça o colunista

O fisioterapeuta, Denis Rafael Graciotto (Crefito/8-63999-F), é especialista em fisioterapia ortopédica, traumatológica e desportiva. Tem formação em equilíbrio neuro muscular (França), podoposturologia (França), osteopatia (Madri), Dry-Needling (Estados Unidos), terapia por ondas de choque e ozonioterapia. Pós-graduando em terapia ortomolecular.

Texto escrito por:
Dr. Denis Rafael Graciotto
Fisioterapeuta
Maringá / PR

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