As experiências de perdas e luto são uma realidade da qual não é possível escapar. O luto é universal. É por meio do luto que entramos em contato com nossos sentimentos mais profundos de dor, tristeza e saudade. Nesse sentido, a psicanálise e a teoria de John Bowlby, psicólogo e psicanalista britânico, oferecem importantes contribuições para a compreensão desse processo delicado e complexo.
De acordo com a psicanálise, o luto é um processo psíquico de elaboração em que o indivíduo busca assimilar a perda e lidar com as emoções e consequências dessa ausência. O luto pode se referir à morte de um ente querido, mas também pode surgir diante de outras perdas significativas, como separações, demissões, mudanças drásticas na vida ou até mesmo a perda de um objeto que tinha um valor afetivo importante.
A teoria do apego desenvolvida por Bowlby também traz importantes contribuições para a compreensão do luto. O ser humano possui uma necessidade fundamental de estabelecer vínculos afetivos seguros e duradouros. Quando ocorre uma perda, o indivíduo se depara com a ausência desse vínculo afetivo, o que causa uma profunda dor emocional.
Destacou a existência de diferentes fases no processo de luto, que variam de acordo com as características individuais e a relação estabelecida com aquele que foi perdido. Inicialmente, ocorre um estado de choque e negação, onde a mente se recusa a aceitar a realidade da perda. Posteriormente, surgem a raiva, a tristeza e a tentativa de buscar uma maneira de recuperar aquilo que foi perdido. Gradualmente, o indivíduo passa a aceitar a ausência e a se adaptar emocionalmente a essa nova realidade.
É importante ressaltar que cada indivíduo lida de maneira singular com suas emoções e vivências. Além disso, a forma como se lida com a perda pode ser influenciada por fatores culturais, religiosos e sociais.
A psicanálise e a teoria de John Bowlby também destacam a importância de vivenciar o luto de forma saudável e completa, permitindo-lhes sentir e expressar as emoções que emergem durante este período. Reprimir ou negar essas emoções pode levar a consequências negativas, como depressão, ansiedade e dificuldades em estabelecer novos vínculos afetivos.
A psicanálise pode auxiliar no entendimento dos processos emocionais do indivíduo, bem como no alívio da dor vivenciada durante o luto. É possível promover um melhor entendimento da perda e do impacto que ela causa na vida do indivíduo.
Reconhecer que o luto é um processo natural e inevitável, é possível buscar suporte emocional e psicológico para lidar de maneira saudável com as emoções intensas que surgem durante esse período. Compreender essas emoções é fundamental para a construção de um luto saudável e para a retomada de uma vida plena e significativa.
Maristela Silva
Psicóloga e Psicanalista
Sou psicóloga e psicanalista. Minha atuação se dá pela Psicanálise. Trabalho com ansiedade, depressão, perdas e luto, questões relacionadas à obesidade e realizo avaliação psicológica para os candidatos à cirurgia bariátrica.
Ajudo na elaboração de traumas, depressão, ansiedade e dificuldades emocionais. Compreender as causas é possibilitar a ressignificação dos afetos envolvidos na vida do sujeito visitando o passado, presente e futuro.
Quero proporcionar às pessoas que chegarem até mim, que se aproximem dos seus reais desejos, que tragam suas questões e lidem melhor com aquilo que os incomoda, e para que isso ocorra, busco aprimorar a minha escuta de maneira genuína, respeitando o momento de cada um, mas proporcionando ao indivíduo um caminho único que visa amenizar o sofrimento.
Atendo adolescentes e adultos na modalidade online.
