Por definição cientifica, estende-se como fibromialgia: “Dor musculoesquelética difusa acompanhada de fadiga e distúrbios do sono atribuído à amplificação da percepção da dor por sensibilização central”. Em termos da sabedoria popular é a dor que acomete o corpo todo, acompanhada de má qualidade de sono, cansaço crônico, dificuldade de concentração que se acompanha de tristeza, com certa frequência e que representa atualmente 25 % das consultas em clinicas de dor. Um erro comum é associar fibromialgia à dor cervical ou lombalgia isoladamente, ou em outras partes do corpo como articulações. Temos que examinar o paciente e descartar muitas outras causas de dor no corpo, como tendinopatias, artroses, neuropatias periféricas e síndrome dolorosa miofascial (inflamação de regiões de grupos musculares).
Em um artigo publicado em uma importante revista de reumatologia, de cada 100 pacientes diagnosticados por profissionais da saúde como portadores de fibromialgia, apenas 34 (34%), tiveram seu diagnóstico comprovado.
Estatisticamente a fibromialgia tem uma prevalência de 2 a 5% da população americana adulta com idade entre 35 e 60 anos e com relação ao gênero acomete 8-9?(mulheres):1?(homem)
A prevalência no Brasil é de 3,5% da população acima de 16 anos com 75% com idade entre 35 e 54 anos, sendo 7,5?(mulheres): 1?(homem), ou seja de cada 1000 pessoas, 35 podem apresentar fibromialgia, percentagem alta para os padrões médicos, onde de cada 10 pacientes 9 são mulheres.
Frequentemente os pacientes associam os sintomas da fibromialgia com doenças oncológicas e se desesperam quando não encontram protocolos de tratamento adequados para o controle dos sintomas, principalmente da dor.
Então, não há um bom tratamento com controle adequado dos sinais e sintomas, sem um diagnóstico correto da causa.
Muitos são os estudos a respeito do assunto e de concreto se sabe que a causa mais provável para o desenvolvimento da fibromialgia, seja motivado por alterações no sistema nervoso central como aumento da quantidade de alguns hormônios que deixam o paciente mais sensível aos estímulos dolorosos e deficiência do “sistema modulador descendente” responsável pelo controle interno da intensidade, tempo de duração e frequência dos episódios de dor.
Quanto ao controle dos sintomas da fibromialgia, como a dor difusa, má qualidade do sono, cansaço crônico e a depressão que pode acompanhar os sintomas, novas medicações tem sido lançadas no mercado, sendo que o resultado no controle dos sintomas varia para cada paciente, obtendo alguns, grande melhora com um tipo de medicação e outros com outro.
Na verdade, os resultados são mais animadores, quando associamos diferentes tipos de medicamentos, sendo que isso favorece o sinergismo entre eles, como a combinação de moduladores de canais de cálcio(gabapentinóides), com antidepressivos tricíclicos ou duais e ou relaxantes musculares e tramadol. Outras modalidades de tratamento praticada por médicos anestesiologistas-especialistas em dor como a administração de lidocaína endovenosa e a subcurarização, tem apresentado resultados animadores e com frequência, temos lançado mão desses protocolos associados à medicações convencionais. Também trabalhos de condicionamento físico, fisioterapia e acompanhamento psicológico ou psiquiátrico colaboram com o controle dos sintomas.
Conclui-se que não exista tratamento único para todos os pacientes e sim, tratamentos individualizados, procurando-se protocolos que possam ter resultados satisfatórios em diferentes portadores.
