As varizes podem se apresentar de diversas formas que variam em tamanho, profundidade e local em que se situam, sendo estas informações muito importantes para o planejamento terapêutico. Cada paciente e, as vezes, cada área de uma mesma perna, deve receber um tratamento planejado e individualizado com o intuito de obtermos os melhores resultados, pois nem sempre o que funcionou muito bem para alguém que você conhece também irá funcionar para você.
Vou abordar a seguir algumas destas formas de apresentação das varizes e explicar as abordagens terapêuticas adotadas.
1- TELANGIECTASIAS – “Vasinhos”, também conhecidos por spiderveins ou aranhas vasculares. Costumam ser a principal causa de consultas por varizes.
Encontram- se no meio da derme e medem menos de 1mm, localizadas mais comumente nos membros inferiores, mas também acometem frequentemente a face e, eventualmente, o dorso e o tórax.
1.1 As localizadas na face geralmente são tratadas por laser (LIP ou ND-Yag) pois a drenagem venosa torna-se um risco para utilização da escleroterapia química.
1.2 As Telangiectasias de membros inferiores são as varizes mais tratadas nos consultórios de cirugia vascular e podem ser divididas em simples e complexas. As telangiectasias complexas possuem veias nutridoras que precisam ser tratadas concomitantemente. Nestes casos, costumamos utilizar a escleroterapia química geralmente associada ao Laser Nd:Yag para melhorar nossos resultados, principalmente nos casos mais difíceis.
2- Venulectasias – Muitas vezes denominadas como varizes dérmicas, também estão no meio da derme, porem com diâmetros maiores que 1mm. O tratamento costuma ser mais difícil, exigindo muitas vezes abordagens sequenciais e diversas (Laser + espuma). Têm alto risco de pigmentação da pele.
3- Varizes Reticulares – Situam-se na região subdérmica, na transição com o tecido celular subcutâneo. Têm diâmetro menor que 3mm, sendo muitas vezes fonte de telangiectasias, funcionando como “veias nutridoras”. Seu tratamento
pode ser realizado através da combinação de laser com escleroterapia química simultaneamente. Entretanto, alguns casos são melhor resolvidos com ressecção cirúrgica com anestesia local.
4- Veias Varicosas – São mais profundas que as varizes reticulares, estando situadas no tecido celular subcutâneo. Têm como característica serem veias palpáveis, com diâmetro maior que 3 mm. Nestas varizes, a escleroterapia convencional e o laser não demonstram bons resultados. O tratamento preferencial costuma ser a ressecção cirúrgica, embora a espuma densa também possa ser utilizada no tratamento deste tipo de varizes.
5- Insuficiência das veias safenas – É causa freqüente de veias varicosas. O não tratamento das safenas insuficientes pode provocar recidiva precoce após a cirurgia de varizes. O tratamento das safenas incluiu hoje a retirada por safenectomia, o Endolaser, a Radiofrequencia, a espuma densa e, mais recentemente, a cola (está não disponível no Brasil). O avanço no tratamento das safenas visa diminuir os efeitos colaterais da cirurgia convencional, obter uma recuperação mais rápida e um retorno mais precoce às atividades de trabalho.
6- Ulcera Venosa – Estágio mais avançado da doença venosa, impõe muitos desafios ao seu tratamento. Alguns por questões físicas, outros morfológicas e outros sociais. Algumas vezes associada à história prévia de trombose venosa profunda. Nesta abordagem terapêutica temos que tratar a ferida e a doença venosa ao mesmo tempo. O uso de terapia compressiva é essencial.
Diante desta breve exposição podemos ver diversas formas de apresentação da doença varicosa e alguns dos seus métodos de tratamento. Isto nos leva a concluir a necessidade de um especialista para avaliar cada caso e este deve dispor do maior número de ferramentas possível para auxiliar no tratamento das varizes.
