A tireóide é uma glândula que fica localizada na região do pescoço e é responsável por regular a função de diversos órgãos importantes do nosso corpo, como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, além de produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), garantindo assim o equilíbrio do organismo.
Os hormônios produzidos pela tireóide controlam o metabolismo e o crescimento do corpo, influenciam na frequência cardíaca, na regulação da temperatura corporal, na transformação dos alimentos ingeridos em energia e em outras diversas funções do organismo.
No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), cerca de 10% das mulheres acima dos 40 anos e 20% acima dos 60 anos manifestam algum tipo de patologia da tireóide. Além disso, dados recentes da SBEM também revelam que, embora raro, o câncer de tireóide atinge mais mulheres do que homens: cerca de 2% a 5% das mulheres com faixa etária entre 25 a 65 anos.
Ademais, embora estas patologias sejam mais comuns nas mulheres, os homens também podem apresentar disfunções na tireóide, as quais podem causar diminuição da libido, disfunção erétil, atraso na ejaculação e infertilidade, por exemplo.
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A produção dos hormônios da tireóide depende do estímulo do TSH, o hormônio estimulador da tireóide, o qual é secretado pela hipófise. As principais patologias da tireóide ocorrem quando esse hormônio está em déficit, levando ao hipotireoidismo, ou em excesso, levando ao hipertireoidismo.
Outro problema muito comum relacionado a tireóide é o seu aumento de tamanho, o qual é chamado de bócio. Além do bócio, embora seja menos comum, o câncer de tireóide é outra patologia bastante comum. Entenda mais sobre cada patologia a seguir:
- Hipotireoidismo: No hipotireoidismo, a tireóide não funciona da forma correta, provocando assim uma diminuição na produção de hormônios e, consequentemente, reduzindo a velocidade do metabolismo. Os principais sintomas do hipotireoidismo são: aumento de peso, dores musculares, cansaço, prisão de ventre, sensibilidade ao frio, pele ressecada e depressão.
O hipotireoidismo pode ser diagnosticado após uma avaliação médica, confirmado pela verificação da dosagem do hormônio no sangue.
- Hipertireoidismo: Ao contrário do hipotireoidismo, a produção em excesso do hormônio da tireóide leva à aceleração do metabolismo, aumentando o consumo de energia pelo corpo. Como consequência, o indivíduo fica mais acelerado, tem um aumento de apetite e, apesar disso, emagrece. Também podem ocorrer sintomas como suor excessivo, diarreia e aceleração dos batimentos do coração.
A principal causa de hipertireoidismo é a doença de Graves, uma condição autoimune que surge sem causas conhecidas, fazendo com que o organismo passe a não reconhecer suas próprias células e assim, passe a produzir anticorpos contra elas.
Essa reação autoimune leva ao aumento da função da tireóide e a alterações nos olhos, fazendo com que eles fiquem com aspecto de “saltados”. A doença pode ser diagnosticada por meio de uma avaliação médica e confirmada através de exames laboratoriais.
- Bócio: O bócio é um problema que geralmente passa despercebido pela maioria das pessoas, embora sua principal característica seja o aumento da tireoide, o que a torna palpável e visível. O bócio pode ser causado pelo hipotireoidismo, pelo hipertireoidismo, por uma gravidez ou pela falta de iodo na dieta alimentar.
O principal sintoma do bócio é o inchaço da glândula tireóide, mas essa patologia também pode causar tosse, sensação de aperto na garganta e, em casos mais raros, dificuldades para engolir e respirar. O aumento do volume da glândula ocorre de forma lenta e progressiva e com isso, o paciente vai se adaptando. Somente quando a tireóide fica muito grande que as sensações de falta de ar e engasgos ocorrem.
- Câncer de tireóide: O câncer de tireóide é um tipo de câncer raro, cujo principal sintoma consiste no aparecimento de um nódulo na frente da garganta, abaixo do “pomo de Adão”. Quando a doença está em estágio mais avançado podem ocorrer sintomas como rouquidão inexplicável, dificuldade para engolir ou para respirar. Em 95% dos casos, a presença de um nódulo na tireóide é provocada por uma doença benigna.
Os principais exames disponíveis para diagnosticar as patologias da tireóide são:
- Exames de dosagem de hormônios: Realizados para avaliar a função da tireóide, as dosagens de T4 livre e de TSH.
- Dosagem de anticorpos: Utilizados para o diagnóstico da tireoidite de Hashimoto e da doença de Graves.
- Biópsia ou punção: Realizados quando há suspeita de um nódulo tireoidiano que pode levar ao câncer de tireóide.
- Ultrassom (US) da tireóide: Principal método utilizado para avaliar nódulos da tireóide.
- Cintilografia da tireóide: Utilizado quando há dúvida para fechar o diagnóstico de hipertireoidismo.
Na maioria dos casos de hipotireoidismo, o tratamento é feito com levotiroxina, uma versão sintética do hormônio produzido em déficit pela glândula tireóide. Já nos casos de hipertireoidismo, o tratamento pode ser com droga antitireoidiana, as quais inibem a síntese de T4 e T3, levando à redução gradual de suas concentrações séricas, por meio de radioiodoterapia ou através de uma cirurgia.
O tratamento do bócio depende do tipo que o paciente possui, mas pode englobar desde alterações na dieta do paciente, para incluir o consumo de iodo, e o uso de medicamentos que buscam regular a função da tireoide. Já o câncer de tireóide é tratado de forma cirúrgica.
Todas as pessoas devem realizar consultas periódicas com um endocrinologista, a fim de realizar um cuidado preventivo, o qual é essencial para evitar as doenças citadas ao longo do texto.
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